Lago Paranoá Brasília

Lago Paranoá Brasília, Náutica

Orla da Concha Acústica vive total abandono na área náutica

Em 2022 o Governo do Distrito Federal investiu R$ 8,2 milhões na reforma do Museu de Brasília e no Anfiteatro, mas toda a estrutura em água foi esquecida Edificações abandonadas, com lixo e abrigo de bichos peçonhentos se somam ao abandono da Orla (Foto: revistanavegar) Brasília tem no Lago Paranoá um de seus cartões-postais mais belos e importantes, mas a realidade vivida na Orla da Concha Acústica revela um cenário de abandono e descaso. A região, que deveria ser um espaço de lazer, turismo e práticas náuticas, encontra-se tomada por estruturas deterioradas, ocupações irregulares e ausência de políticas públicas voltadas à preservação e manutenção do espaço. Estruturas e decks destruídos tornam-se problemas para quem transita ou navega nas proximidades das margens (foto: RevistaNavegar) Logo à beira do lago, os decks náuticos estão abandonados, com tábuas soltas e deterioradas, oferecendo risco aos frequentadores. Jardins que deveriam compor a paisagem encontram-se malcuidados, tomados pelo mato. As calçadas estão quebradas, obrigando pedestres, inclusive crianças, a dividirem espaço com veículos que invadem as áreas destinadas ao passeio público. A falta de fiscalização transforma o local em território sem regras, expondo a população a perigos constantes. Problemas ambientais se agravam com uma doca irregular dentro do lago Paranoá (Foto Revista Navegar) Outro problema grave é a proliferação de barraquinhas improvisadas à beira do lago, instaladas sem estrutura mínima para atender turistas e frequentadores. Faltam condições de higiene, segurança e ordenamento urbano, o que contribui para a degradação da imagem de um espaço que deveria figurar entre os mais valorizados do turismo brasiliense. Estruturas dos decks na água tornam-se um eminente perigo para motonautas e lanchas (foto:RevistaNavegar)A situação do estacionamento público também é alarmante: o espaço está tomado por motorhomes antigos, alguns em avançado estado de deterioração, que permanecem estacionados por tempo indeterminado, descaracterizando a função original do local e prejudicando a circulação de visitantes. Carros ocupam as calçadas em um claro ato de despeito às leis de trânsito e frequentadores do local (foto: RevistaNavegar) Como se não bastasse, uma indústria de flutuantes se instalou em plena orla, montando uma espécie de doca para serviços de solda, pintura e outras atividades de alto impacto ambiental. O uso de abrasivos e produtos químicos, sem qualquer controle, coloca em risco a qualidade da água do Lago Paranoá, patrimônio natural da capital. A presença desse tipo de atividade industrial em um espaço público de lazer expõe a falta de respeito às regras ambientais e urbanísticas.Além disso, há diversas edificações abandonadas nas proximidades, que se transformaram em depósito de lixo, abrigo improvisado para moradores de rua, esconderijo para criminosos e pontos de proliferação de animais peçonhentos. O conjunto reforça a sensação de insegurança e desamparo da comunidade que frequenta a região. Abandono e sujeira em edificações remanescentes do belo projeto Orla feito em 1998 (foto:Revista Navegar) Enquanto a orla náutica segue esquecida, o Governo do Distrito Federal investiu, em 2022, cerca de R$ 8,2 milhões na reforma do anfiteatro da Concha Acústica e do Museu de Arte de Brasília, ambos na parte térrea do complexo. Entretanto, nenhum centavo foi destinado à área náutica ou às estruturas de uso público que margeiam o lago, revelando a ausência de uma política integrada para revitalização da região.O abandono da Orla da Concha Acústica não é apenas uma questão estética. Trata-se de um problema que envolve segurança pública, meio ambiente, turismo e cultura. A falta de investimentos e de fiscalização ameaça a integridade do espaço e compromete o potencial que a área possui para atrair visitantes, gerar empregos e promover lazer de qualidade para a população.A comunidade náutica, moradores e frequentadores cobram das autoridades do Distrito Federal medidas urgentes para reverter este quadro. Preservar o Lago Paranoá e os espaços que o cercam não é apenas uma questão de cuidado com o patrimônio urbano, mas também de respeito à história, ao meio ambiente e ao futuro de Brasília.

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Feira da Pesca e última etapa do Campeonato agitam o Lago Paranoá neste fim de semana

(Foto: JCbertolucci) Brasília se prepara para um fim de semana de esporte, lazer, música e conscientização ambiental. Nos dias 16 e 17 de agosto, a Orla da Concha Acústica, às margens do Lago Paranoá, será palco da última etapa do Campeonato de Pesca do Distrito Federal, que acontece em conjunto com a Feira de Pesca do DF. A entrada é gratuita e a programação inclui desde competições esportivas até apresentações culturais, atividades para crianças e estandes de produtos e serviços ligados ao setor náutico e pesqueiro. O evento, que encerra o circuito iniciado em junho, terá disputas em três modalidades: pesca de barranco, embarcada e em caiaque. A iniciativa integra o programa de governo “Viva o Lago”, realizado pela Secretaria do Meio Ambiente do DF (SEMA), por meio da Subsecretaria de Pesca e Aquicultura (SUPESQ), com apoio de diversos parceiros públicos e privados. (Foto: JCbertolucci) Mais que um campeonato, uma ação de educação ambiental O campeonato não se limita à competição esportiva. Seu objetivo central é incentivar a pesca esportiva consciente, com ênfase na prática do “pesque e solte” e no uso sustentável dos recursos hídricos. As ações seguem diretrizes da Lei Distrital nº 7.399/2024, que regulamenta a pesca no Lago Paranoá. A vice-governadora Celina Leão reforça que a proposta vai além da pesca: “Estamos investindo em ações que valorizam o meio ambiente, movimentam a economia local e fortalecem o sentimento de pertencimento da população em relação ao Lago Paranoá”, afirma. O secretário do Meio Ambiente, Gutemberg Gomes, lembra que a pesca responsável pode ter efeitos positivos de longo prazo: “A pesca responsável tem potencial para gerar renda, fomentar o turismo ecológico e criar uma nova cultura de cuidado com os recursos naturais em Brasília.” (Foto: JCbertolucci) Feira de Pesca e programação para toda a família Paralelamente às provas, o público poderá visitar a Feira de Pesca do DF, que reunirá expositores, lojistas e especialistas. A estrutura contará com estandes de marcas e artistas como CBPE, PQP, Kamaro Joias, MG Náutica, Siella Solar, entre outros, oferecendo desde equipamentos e acessórios de pesca até obras de arte, joias e produtos gastronômicos. A programação musical traz nomes conhecidos como a dupla sertaneja Wilian & Marlon e o cantor Júnior Ferreira, garantindo momentos de animação e integração para o público. Para as crianças, a diversão ficará por conta da Cia Teatral Neia e Nando, com espetáculos lúdicos e interativos como Alice no País das Maravilhas e Uma Aventura Congelante. Também estão previstas palestras, workshops, torneio de arremesso e ações de educação ambiental conduzidas por técnicos da SUPESQ, que irão apresentar projetos como o Appesca (aplicativo de pesca), a Revista Eletrônica de Pesca, o projeto Águas Limpas e o Zoneamento de Áreas de Pesca. Impacto econômico e social De acordo com os organizadores, a etapa final deve atrair mais de mil pessoas entre competidores, turistas e visitantes, movimentando restaurantes, hotéis e o comércio especializado de Brasília. A expectativa é de um impacto econômico positivo na ordem de meio milhão de reais, reforçando o papel do Lago Paranoá como um ativo de lazer, turismo e desenvolvimento sustentável. Programação Sábado – 16 de agosto Domingo – 17 de agosto

Lago Paranoá Brasília, Pesca

Aquicultura do DF recebe certificado de monitoramento de doenças

Reconhecimento atesta que as tilápias produzidas na Granja Modelo do Ipê, da Secretaria de Agricultura, são sanitariamente seguras para os piscicultores da capital O Centro de Aquicultura da Granja Modelo do Ipê da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF) é pioneiro no país em receber o certificado de estabelecimento monitorado para doenças de interesse sanitário e econômico na aquicultura nacional. A certificação foi emitida no mês passado pelo Setor de Sanidade de Animais Aquáticos da Seagri e garante que as tilápias produzidas no local não geram risco sanitário às pisciculturas que adquirirem seu material genético. Centro de Aquicultura Granja Modelo (Foto: Divulgação) Para se tornar referência no monitoramento contra doenças que atingem as tilápias, o Centro de Aquicultura precisou passar por um rigoroso processo de adequação. A equipe elaborou um plano de biosseguridade, procedimentos operacionais padrões, compartimentalização das estruturas e instalação de redes de proteção contra pássaros e animais silvestres. “A primeira etapa desse processo era o cumprimento de um checklist composto por 20 itens sobre biosseguridade e boas práticas em aquicultura. Todos esses itens foram auditados pela nossa equipe”, afirmou o coordenador de Sanidade de Animais Aquáticos da Seagri, Ricardo Raposo. “A segunda etapa é com relação a prevenção de doenças que acometem as tilápias. Fizemos as coletas de amostras e enviamos para o laboratório do governo federal. Testamos 150 indivíduos e todos os resultados foram negativos”, concluiu. Por meio do programa Alevinar, foi necessário não só garantir maior variabilidade genética das tilápias fornecidas aos produtores do DF, mas também uma certificação de que os indivíduos são seguros para o seu plantel, sem risco de disseminação das principais doenças que acometem a espécie. A certificação atesta que a Granja Modelo do Ipê detém o controle de monitoramento com relação a dois vírus e duas bactérias que podem atingir a tilápia: Franciselose, Estreptococoses, Tilapia Lake Virus e Infectious Spleen and Kidney Necrosis Virus. Os peixes passaram por diversos testes com resultado negativo para estas e outras doenças. “A certificação confirma que nós fazemos o monitoramento do estabelecimento para essas quatro doenças, que são de notificação obrigatória. Se uma tilápia apresentar alguma dessas doenças, o produtor vai ter grandes prejuízos com a alta taxa de mortalidade no seu criadouro. Há casos em que isso pode não acontecer, mas os peixes passam a se alimentar menos, dependendo da doença, não chegando ao peso de abate”, explicou o gerente de Produção Animal da Seagri, Ângelo Augusto Procópio Costa. Incentivo à piscicultura A Seagri, por meio da Gerência de Produção Animal, situada na Granja Modelo do Ipê, desenvolve diversas ações para o fomento da piscicultura no DF. Com foco nos pequenos produtores familiares, destacam-se a produção e comercialização de alevinos com alta qualidade genética a preço subsidiado, treinamentos e capacitação em piscicultura, além de incentivo à pesquisa e difusão de tecnologias. O local passou por reforma e renovação do plantel em 2023 e retorna a distribuição de alevinos a partir de outubro. Para conferir todas as capacitações e treinamentos fornecidos pela Seagri sobre piscicultura, acesse o site da pasta.

Lago Paranoá Brasília, Náutica

Paraíso brasiliense

A orla do lago Paranoá conecta os brasilienses e os turistas à natureza, além de possibilitar a prática de esportes O lago Paranoá é um local de lazer, conexão com a natureza, propício a práticas de esportes e tem na sua orla um ambiente que faz o brasiliense se sentir em um clima litorâneo a mais de 1.000km do mar. Desde 2017, com o Orla Livre, a área aquática se tornou um local mais democrático, acessível e propício à prática esportiva, com a criação de ciclovias e terminais de transportes aquaviários em espaços antes ocupados de forma privada e irregular. São vários os pontos interessantes, entre eles estão locais do Morro da Asa Delta ao Pontão do Lago Sul, na costa sul da margem. Os frequentadores sabem dos benefícios de visitar o enorme ponto aquático da capital aberto para o público em geral. Orla da Concha Acústica no setor de clubes Norte (Foto: JCBertolucci) A orla do lago Paranoá é uma das quatro escalas bucólicas de Brasília e foi pensada por Lúcio Costa desde o início. É o que conta Angelina Nardelli Quaglia, arquiteta urbanista, atual vice-presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal (Condepac-DF) e conselheira no Conselho de Desenvolvimento de Turismo do Distrito Federal (Condetur-DF). “Imagina como é agradável um parque linear com recuperação da orla do lago, permitindo, por exemplo, passeios de bicicleta e a pé, que cadeirantes e pessoas com baixa mobilidade também possam usufruir de um pôr do sol na beira da água. Isso é um excelente beneficío, em especial depois da covid-19. Onde percebemos que o verde e o acesso à natureza são muito importantes para o desenvolvimento humano”, reforça. O morador do Sudoeste Josivaldo da Cruz, 42 anos, conta que vai à orla do lago uma vez ao mês para praticar a pesca de objetos perdidos. “Venho nas horas vagas para aproveitar e pescar, relaxar um pouco, dar uma volta”, disse ele, acrescentando que tem planos de futuramente pedalar no local. “Eu tenho uma bicicleta, estou fazendo uma programação com meu irmão para darmos uma pedalada por aqui”, revelou ele, que estava acompanhado dos amigos José Antônio e Givanildo da Silva. Brasília Boat Show, teve sua primeira edição realizada em 2024 (Foto: JCBertolucci) Atividades diversas A bancária Sara Serique, 45, faz sua caminhada três vezes na semana e, ao lado do companheiro, José Neto, 49, comentou sobre as diversas atividades que a orla proporciona. “Fazer um piquenique é muito legal. Sou muito fã porque o ambiente é outro, a pista é grande. Dá para correr, andar, pedalar. Além de ter muito contato com a natureza. E tem as capivaras, que são maravilhosas”, descreveu. Cleiton Cesar, 42, frequenta a orla do lago desde 2017 com a esposa, Sandra, e a filha, Eloah. Ele destacou a importância de o local ser aberto ao público. “O DF tem uma carência de lugares como este. Onde moramos, em Samambaia, não há muitos lugares assim, em que temos acesso a ambientes de lazer e segurança. Acredito que é preciso ter mais locais como este, de diversão e calmaria”, comentou. Pôr do sol visto do Pontão do Lago Sul (Foto: JcBertolucci) Alerrandra da Silva, 25, estava na orla realizando o ensaio fotográfico do “mesversário” de seu filho, Gael, e comentou sobre os benefícios da região. “Passar um tempo livre, entrar em contato com a natureza, se desconectar um pouco das redes sociais são alguns dos prazeres deste local. O lago é público e deve ser de todos nós”, destacou. Os amigos Pedro Vinicius Pereira, 25, Caion Correia, 22, e Thiago Shindy, 18, contam que vão à orla pelo menos duas vezes ao mês e é um dos poucos lugares de Brasília que proporcionam praticar diversos tipos de esportes, como corrida, natação e musculação, além de apreciarem uma bela vista. “O público deveria ter um acesso mais fácil a essa região”, conclui Pedro.Orla Livre. Lançado em 2017, o projeto Orla Livre buscou a desocupação da orla do Lago Paranoá, retirada de construções a menos de 30m das margens da água e implantação de infraestruturas variadas na Área de Preservação Permanente (APP), tornando-se um local democrático, acessível e propício à prática esportiva, com a criação de ciclovias e terminais de transportes aquaviários, além de lazer ao ar livre e conexão com o meio ambiente. O projeto restabeleceu a área como um espaço público para toda a população desfrutar.

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